Resenha: Tentação ao pôr do sol - Lisa Kleypas


(...) ele só a queria se fosse fácil. Mas eu faço o que for preciso para ter você. Não porque seja bonita, inteligente, bondosa ou adorável, embora você seja mesmo todas essas coisas. Eu a quero porque não há mais ninguém no mundo como você, e não quero nunca mais começar um dia sem vê-la.
Tentação ao Pôr do Sol ( Editora Arqueiro, 272 páginas, 2014) é o terceiro volume de Os Hathaways (confira as resenhas anteriores abaixo), uma família excêntrica, simpática e que já me conquistou, ganhando um lugar cativo no meu coração. Cada livro conta a história de um irmão, seu caminho na estrada do amor, narrada com muito humor, amor, sensualidade, conflitos e uma naturalidade que poucas escritoras tem. Tem gente que leu os livros da série fora da ordem, porque toda história tem início e fim, mas acho mais interessante, mais gostoso e divertido ler na ordem de lançamento, porque assim acompanhamos a evolução dos personagens, nos mantemos mais tempo próximos deles. 

Bem, sou suspeita para falar sobre esse gênero de livro, pois amo romances de época e gosto muito da narrativa da Lisa. E a Arqueiro foi muito feliz em adotar nas capas,essa linha das mulheres com vestidos glamourosos. Que vestidos lindos são esses?! E a forma como cada modelo está na capa, transmite uma emoção, uma expressão tão ligada as histórias do livro. Uma salva de palmas a parte por esse trabalho.

E vamos falar sobre esse romance, que fala de Poppy, uma mocinha cheia de vida, cativante e Harry Rutledge, um mocinho mais com cara de vilão, que fica absolutamente encantado por ela desde o primeiro encontro entre os dois e que vai fazer de tudo para tê-la, até praticar métodos nada corretos.

A Poppy é minha Hathaway preferida! Ela é bonita, muito inteligente e astuta, uma leitora voraz que fala pelos cotovelos (igual a mim!hahaha) , que acaba assustando os homens que preferem ter esposas mais submissas. Se hoje no século XXI as mulheres consideradas inteligentes demais ainda espantam muitos homens, o que dizer de uma história passada em 1856? E para piorar sua imagem diante de seus pretendentes, possui uma família que não é nada convencional, já que suas irmãs mais velhas são casadas com ciganos, sua irmã caçula é fanática por bichos (adoro a Bea e quem ler também irá adorar) e seu irmão é um libertino incorrigível.
(...) amor não tinha a ver com encontrar alguém perfeito para casar. Amor era enxergar a verdade da pessoa e aceitar todas as suas nuances, o bom e o ruim. Amar era uma habilidade 
Mas mesmo com vários fatores contra ela, Poppy, que já está em sua terceira temporada, vem sendo cortejada discretamente por um rapaz, o Michael. Mas ele tem receio da reação de seu pai quando souber que ele quer se casar com ela. E mesmo achando que estão eternamente apaixonados, ele sempre adia o momento de revelar essa relação.

Pela outra ponta, temos o dono recluso e sombrio do hotel Rutledge. Harry é um personagem complexo, extremamente sensual e que tem tudo para ser um herói imperfeito: amargurado e manipulador, mas que tem um lado vulnerável.  Ele tem uma história de vida sofrida e que teve que se proteger emocionalmente no passado para sobreviver a tudo isso. A Poppy tem a sabedoria de perceber isso e me surpreende em suas atitudes diante disso. A relação entre eles, a construção desse amor que vai nascendo é tão gostoso de ler, tão encantador.
- O Sr. Rutledge é... inquietante. Encantador, sim, mas tive a sensação que ele é capaz de praticamente qualquer coisa. É como um anjo mau de um poema de William Blake.
Apesar da família ser frequentadora assídua do hotel, Rutledge nunca tinha se encontrado com Poppy, e bastou apenas um encontro casual para que o desejo inflamasse dentro dele e decidisse que queria te-la para si.

Acredito que como eu, diante disso tudo, vocês devem ter pensado: agora os dois pretendentes irão disputar para ver quem é mais digno do amor da Poppy não é?! Se enganaram, como eu também! Por que Harry não é um mocinho comum gente, ele não admite concorrência e está mais do que acostumado a ter tudo o que quer . Ele pode até ser definido como um protagonista vilão, porque usa de métodos até desonestos para conquistar Poppy e preciso confessar que me apaixonei por ele! Não tem como não amá-lo, ele é um dos meus mocinhos preferidos do ano. 
- Acha que pode dizer que é um bom homem, Harry?
Ele teve que pensar na resposta.
- Não - disse finalmente. - No conto de fadas que mencionou ontem à noite, eu provavelmente seria o vilão. Mas é possível que o vilão a trate melhor do que o príncipe teria tratado.
Um fator bem legal na forma da Lisa escrever, é que mesmo a historia tendo um casal principal, os outros personagens tem participações marcantes e cenas bem colocadas, que se entrelaçam com os protagonistas. O Léo mesmo, está extremamente ativo neste livro, e eu o adoro, se não fosse o Harry, ele seria o meu mocinho preferido. Ele e a Srta. Marks, a dama de companhia, tem cenas e participações bem interessantes, abrindo caminho para o próximo livro, me deixando bem ansiosa pela história do casal. 
Ah! Também existe um mistério entre Harry e Srta. Mark, que surpreenderá muito leitor. Ainda há cenas bem legais de Amelia e Cam, (e ainda penso que o livro deles deveria ter sido melhor escrito, eles mereciam uma história melhor construída). Os fãs do casal Merripen e Win não se decepcionam, porque a escritora faz uma surpresa para nós nesse livro!
E não poderia deixar de citar a Bea e seus animais, que é uma diversão a parte e peça principal para o nascimento do casal protagonista desse livro. A Beatrix tem uma perspicácia, uma inteligência sem desmeida, parecendo muitas vezes aparentar ser mais velha e mais experiente, do que é na verdade. Desejo fervorosamente que o seu livro seja digno dela e que a Bea não mude esse jeito único de ser.

Esse livro é o meu favorito da série, até o momento, porque quando gosto de um livro, costumo considerar se tanto o mocinho quanto a mocinha caíram no meu gosto e me conquistaram. O que é raro acontecer, porque existem tantas mocinhas chatas nesse mundo literário, tantas escritoras que parecem ser preocupadas em criar apenas o mocinho perfeito... 
A Poppy é uma mocinha diferente, me surpreendeu sendo uma protagonista forte, sábia, sensível, sem “mimimi”, determinada. O Harry por outro lado, tem seus momentos de vilão, mas não é uma má pessoa, pelo contrário. Sabe ser generoso também e eu adorei descobrir a sua fragilidade. Eles formam um casal totalmente oposto, mas que se completam.

Claro que recomendo a série, estou ansiosa pelos próximos livros, mas já com o coração apertado, porque em breve estarei me despedindo dessa família única!
- Harry, ninguém corteja uma mulher dizendo-lhe que é um vilão.
Ele a olhou com um ar de inocência que não a enganou nem por um instante.
- Estou tentando ser honesto.
- Talvez. Mas também está se certificando de admitir antecipadamente qualquer coisa que alguém possa dizer contra você. Seja o que for, quando você diz primeiro, neutraliza toda e qualquer crítica.

Série Os Hathaways:

1. Desejo à meia-noite
2. Sedução ao amanhecer
3. Tentação ao pôr do sol
4. Manhã de Núpcias
5. Love In The Afternoon


Bjos e até a próxima!














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