Após conhecermos melhor sobre Warner em Destrua-me, Tahereh Mafi dá continuidade a sua trilogia com o segundo volume da série, intitulado Liberta-me (Novo Conceito, 448 páginas, R$29,90). O livro começa exatamente no ponto em que Estilhaça-me terminou: Juliette e seus amigos encontram-se em uma base secreta conhecida como Ponto Ômega, onde diversas outras pessoas possuem dons especiais e pretendem utilizar tais dons como uma forma de combater as forças do Restabelecimento.

Apesar de estar em um novo ambiente e repleto de novas pessoas para conhecer, Juliette não consegue se adaptar ao local e acaba gerando a impressão de ser antissocial ou até mesmo perigosa perante os olhos dos demais moradores do Ponto Ômega. Desta forma caberá a ela começar um intensivo trabalho de auto-reconhecimento com Castle e Kenji, na tentativa de conhecer melhor seus poderes e comprovar de vez que ela não passa de uma pessoa inofensiva com um poderoso dom.

Algo está se quebrando em meu cérebro e algo está acontecendo sem a minha permissão e estou perdida, estou tão tudo, confusa, e estou afundando na confusão.

Pág. 49

Enquanto está treinando e descobrindo seu verdadeiro potencial, Juliette percebe que Adam está lhe escondendo algo, ficando decidida a descobrir o que está acontecendo com seu amado. Com muita dificuldade ela irá então saber que como ela, Adam também possui uma habilidade e é por isso que ele consegue tocá-la. Porém, essa tal habilidade não o previne de sofrer das consequências provenientes do contato físico com Juliette, fato que obviamente irá abalar o casal… e é aí que a história começa a ficar boa.

Com medo de machucar Adam, Juliette decide se afastar dele e focar na sua dedicação com os ideais do Ponto Ômega, que incluem recuperar integrantes do grupo que foram capturados pelos soldados do Restabelecimento. Nessa missão de resgate o inevitável irá acontecer: Juliette estará novamente frente a frente com Warner, mas também na presença de seu pai, o Comandante Supremo do Restabelecimento. E este será apenas o começo da guerra que irá se estabelecer no Setor 45.

Você passa a vida toda fazendo tudo para contê-lo e afastá-lo, o que os olhos não veem o coração não sente. Você finge que esse pedaço seu não existe.
Você vive assim por muito tempo.
Por muito tempo, você está seguro.
E, então, não está mais.

Pág. 167

Liberta-me é um livro muito bom, conseguindo superar seu antecessor, em minha opinião. Com muitas revelações e uma prévia da grande ação que tomará conta do próximo livro, Mafi usa e abusa de cartas nas mangas para surpreender o leitor quando ele menos espera. Continuando a ter brutalidade e romance pra dar e vender, o ponto alto de Liberta-me é o triângulo amoroso entre Juliette, Adam e Warner, ou melhor dizendo, duas pontas desse triângulo.

Não tenho dúvidas que muita coisa boa irá acontecer em Ignite Me (Incendeia-me, em tradução livre) com lançamento previsto para Fevereiro de 2014 lá fora. Liberta-me começa devagar, assim como Estilhaça-me, mas garanto que é só Warner aparecer na história que não terá para ninguém, é surpresa atrás de surpresa e vontade zero de largar o livro. Por incrível que pareça o maior problema dessa obra está na capa, que infelizmente é um zoom da imagem utilizada em Estilhaça-me. Bem que a Novo Conceito poderia ter utilizado as belíssimas capas (foto abaixo) usadas nos EUA, né?

– Nos dias mais escuros, você tem de procurar um ponto de luz; nos dias mais frios, você tem procurar um ponto de calor; nos dias mais desoladores, você tem de manter os olhos para frente e para cima e, nos dias mais tristes, você tem de deixá-los abertos para permitir que chorem. Para, então, permitir que sequem. Para dar a eles uma chance de lavar a dor, para verem com frescor e clareza mais uma vez.

Pág. 317

 TÁCIO CORREIA