Depois da chuva - Karen White



- Então você acha que é feliz sozinha... – insistiu com suavidade. 
– Na vida de todos nós é inevitável que a chuva caia algum dia.
Pág. 46


Em De volta para casa (livro anterior – resenha aqui) há uma carta da autora explicando que quando lançou a primeira versão do livro, ela detestou a capa que a editora escolheu; a capa não tinha nada a ver com a história. Demorou quase 10 anos para os direitos do livro voltarem para ela. Nesse tempo, ela lançou vários outros livros e adquiriu experiência, então quando vendeu os direitos de De volta para casa, para uma nova editora, ela resolveu aproveitar a experiência e reescreveu a história, para melhorá-la. 

Quando comecei a ler Depois da chuva, percebi logo diferenças cruciais entre as duas histórias, o que me leva a crer que Depois da chuva deve ter sido reeditado, com novo texto. Se for assim, essa versão da Nova Cultural está desatualizada e basta torcer para a Novo Conceito relançar a nova versão do livro.

Se você não leu De volta para casa, aconselho a não ler a partir daqui. A verdade é que Depois da chuva é um super spoiler de De volta para casa. Se você ler a sinopse desse segundo volume, saberá ‘de cara’ como terminou o livro anterior.

As diferenças às quais me referi são:

- Bem, o juiz Madison era um homem rígido e severo com as filhas. Morreu quando as meninas ainda eram pequenas. Um ano depois, apareceu na cidade uma mulher vinda de Atlanta. Ela estava muito doente e procurou a Srª Madison dizendo que o menino de cinco anos agarrado à barra de sua saia era filho do juiz. Deixou-o na porta de casa e desapareceu na calada da noite... A Srª Madison era orgulhosa demais para aceitar a prova de traição do marido bem diante do nariz... Então, a Srª Lena se compadeceu do pobre garoto e o adotou.
Pág. 185

Em Depois da chuva, a mãe de Cassie e Harriet faleceu há vários anos; Cassie retorna para Walton quando o pai está nas últimas. Depois que ele morre, Cassie descobre que antes de se casar com sua mãe ele era apaixonado por outra mulher, e teve um filho com ela. A mulher disse-o que o bebê havia morrido, mas na verdade o entregou para adoção. Como pode perceber pelo trecho acima, está diferente nessa edição.

Suzanne deixou as grandes cidades para trás, pegou um ônibus para um destino qualquer, disposta a recomeçar a sua vida. Durante o caminho, o ônibus para na estação de Walton. Ela sabe que o nome é familiar... no pingente de ouro que a mãe lhe dera, antes de sumir de sua vida (quando ela era adolescente) há uma frase e um endereço de uma joalheria em Walton. Coincidência ela passar pela cidade? Enquanto filosofa, ela avista um homem, um homem lindo, musculoso e que a faz suspirar. É, Walton será o seu destino.

Joe Warner (ex-namorado de Cassie e marido de Harriet) está viúvo e com seis crianças para criar. Sua vida está um caos, ele sente muita falta de Harriet, dois anos se passaram e a dor ainda é grande. Mas ele está tentando reconstruir sua vida, pelo bem dos filhos, e irá tentar a reeleição para prefeito.

Joe não gosta de Suzanne, ela é misteriosa. Desce em Walton, sem ter parentes lá... sem nem saber que não tem taxi e nem hotel na cidade. E ele não quer ajuda-la. Definitivamente não. Mas a tia de Joe não irá deixar Suzanne na estação, ao relento, e assim consegue uma casa de aluguel para ela. Pelo tempo que ela desejar.

Suzanne lembra muito Cassie (livro anterior). Ela veio da cidade grande, esperando para passar apenas alguns dias em Walton. Mas a cidade pequena é acolhedora e tem algo nela e nas pessoas que vivem lá, que dá vontade de nunca mais ir embora.

Por mais que estivesse em risco, seu coração criara raízes. Não podia mais simplesmente ignorá-las, fazer as malas e partir.
- Ainda não – murmurou, deixando que o pranto fluísse livremente.
Pág. 133

Suzanne foge de alguém. Joe foge do amor. Mas se conhecerem, como diz a sinopse, foi como se cada um fosse um raio de sol para o outro, depois de um longo período chuvoso.

Depois da chuva, de Karen White (Nova Cultural, 378 páginas), é lindo, emocionante e nos faz acreditar que sempre há um final feliz para aqueles que procuram. Os personagens são fortes, determinados e crescem durante a leitura. Há um certo mistério no ar e é uma delícia acompanhar o desenrolar e descobrir, também, do que Suzanne tanto foge. Digo sempre que os livros de Karen White são revigorantes e esse não foge à regra. A autora é do Sul dos Estados Unidos e eu descobri que adorooooo as cidades sulistas e seus personagens, sutis e peculiares.

Pode ler, sem medo!

PS: Fazendo uma pesquisa, descobri que haverá um terceiro livro para o dueto. Na versão em inglês, de Depois da chuva, há um trecho do próximo volume, sobre uma garota chamada Emilie.

Série:
3. Emilie

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