Tudo o que a gente sempre quis- Emily Giffin

  

A resenha de hoje é do livro Tudo o que a gente sempre quis (Ed. Arqueiro, 2019, 304 p.) da Emily Giffin. Os livros da Giffin são sempre uma grata surpresa pra mim, porque ela consegue ser perfeita e sem defeitos. Com este novo não foi diferente.

A história é narrada principalmente por Nina, Tom e Lyla. Mas dado em alguns momentos específicos, personagens secundários como Kirk e Finch também fazem uma narração.

Nina é casada com Kirk Browning e eles são pais de Finch. Um adolescente que está no último ano do ensino médio e que acabou de ser aceito na conceituada Princeton.
Tom é pai solo de Lyla. Ele e Beatriz, mãe dela tiveram uma história foguete e o espírito livre de Beatriz não estava mais satisfeito em ter uma vida pacata de mãe e esposa. Foi quando ela resolveu ir embora de casa. Desde então, Tom faz o papel de mãe e pai para a filha, da melhor forma que ele consegue.


Lyla é bolsista no colégio Windsor e uma aluna muito inteligente e aplicada. O universo dos seus colegas não é muito distante do seu. Um pessoal podre de rico, que não sabe as dificuldades da vida.

Os Brownings são milionários, então sempre estão envolvidos em doações honrosas para a caridade, que sempre recebe homenagens em bailes de arrecadações de fundos. E é em um desses eventos que Nina descobre que seu filho está envolvido em uma encrenca que pode custar o futuro dele.

Lyla só estava indo à uma festa se divertir com sua melhor amiga, Grace. Mas em algum momento as coisas dão muito erradas, porque quando retoma a consciência está abraçada à privada de casa e seu pai cuidando de si.

Para Tom aquela imagem não vai sair da mente dele, a filha em situação decadente, muito parecida com as que ele já ajudou Beatriz em seus períodos de bebedeira e pensou que não seria possível, a filha seguir os mesmos passos da mãe para o alcoolismo. Mas nada poderia ser pior ao ver a foto que postaram de Lyla nas redes sociais. Seja quem for que fez isso, essa pessoa não sairia impune.


Nina está arrasada, porque ela nunca imaginaria que um filho DELA pudesse fazer algo tão baixo e preconceituoso. Postar a foto de uma garota quase nua nas redes sociais, com uma frase racista. Não sabia nem a origem dela para fazer tal suposição. E muito alheio à gravidade da situação Finch alega que tudo não passou de uma brincadeira e que ele não postou nada. Se ele não postou como que aquelas fotos chegaram até ela?

Tom não deixou passar batido esse episódio ao saber quem foi o autor das fotos. Procurou o colégio para saber quais providências eles tomariam sobre aquele caso ou se seriam coniventes com o garoto, afinal os pais sempre fizeram doações generosas para o colégio.

O decorrer da história é envolvente, porque você não consegue se imaginar deixando-a de lado. Todos os personagens são suspeitos, não dá para confiar em ninguém. Quem está falando a verdade e quem está mentindo? Será que Finch é realmente culpado ou inocente?

É uma história que fala muito sobre valores éticos e a importância do caráter. As aparências enganam seria a frase ideal para descrever todos os personagens. Gosto do desenrolar entre Nina, Tom e Lyla, do quanto ela não está satisfeita com a versão da história que o filho conta e precisa fazer com que ele se arrependa e seja mais como ela e menos como o pai, Kirk.

Após estar casada há tanto tempo com ele, não consegue mais reconhecer quem são como casal e coisas que antes ela achava charmosa no esposo, passou a incomodar a partir do momento que ele acha que é superior à tudo e todos, que o dinheiro compra tudo e todos. O filho vinha pelo mesmo caminho.


Ela se reconhecia na história de Lyla, porque durante a faculdade ela passou por uma situação tão embaraçosa quanto e sabia o que era não poder contar com ninguém. Mas sentia que podia fazer mais por aquela garota que não tinha uma mãe com quem pudesse contar em um momento tão difícil.

A crescente amizade entre Tom e Nina é muito bonita. Ele ainda fica com o pé atrás, por conta do que aconteceu, mas reconhece que Nina é diferente das outras pessoas ricas que ele teve contato. Ela não é esnobe, tem empatia e está ao lado da filha dele quando deveria estar ao lado do filho dela.

Tudo o que a gente sempre quis, é um livro que faz refletir sobre o que a gente ver acontecendo com milhares de pessoas distante da nossa realidade, pode acontecer conosco a qualquer momento e então, a forma como a gente lida com situações adversas diz mais sobre nossa formação de personalidade e caráter que qualquer dinheiro que o nosso bolso possa pagar.

O final é bem amarradinho, típico das histórias da Emily Giffin, de não ter continuação. Eu fui lendo com tanta avidez que ao perceber já estar nas páginas finais, não queria me despedir de personagens tão fortes e determinadas como Lyla que apesar de jovem é bem decidida e de Nina que depois de tanto tempo estava se reinventando ou buscando um reencontro com a sua antiga ‘eu’, de quem tanto se orgulhava.

Como podem ver, eu amei tanto este livro, que a resenha ficou grande. Mas encerro por aqui e espero que vocês tenham gostado, um beijo enorme e até a próxima!!
















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