Fique Comigo- Ayòbámi Adébáyò


Olá Pessoas!! Tudo bem com vocês?

Demorei tanto tempo para conseguir sentar e escrever a resenha de Fique Comigo (HarperCollins Brasil, 2018, 256 p.) da Ayòbámi Adébáyò. Eu li tão rápido, porque mergulhei fundo na dolorosa história que cogitei fazer a mesma coisa com a legenda. Tem exatos quatro meses que sigo neste processo. Mas agora vai...

A Nigéria dos anos 1980 como pano de fundo com a turbulência política e social, Fique Comigo conta a história de Yejide, que casou com Akin jovem quando ainda fazia faculdade e apesar da cultura nigeriana praticamente obrigar que ele tivesse mais de uma esposa, Akin se via satisfeito e feliz com Yejide, a sua única mulher, a que ele amava, não queria e não sentia a necessidade mais nenhuma outra. A única coisa que faltava para que eles fossem completos seria Yejide engravidasse, mas todas as suas tentativas foram frustrantes, tudo que ela mais desejava era um filho. A história do livro inicia em 2008 quando tomamos conhecimento de que o casal não está mais junto e eu fiquei pensando no quanto esse "problema" teve a ver com essa separação.



“Esta vida não é difícil, Yejide. Se não pode ter filhos, basta permitir que meu Akin tenha filhos com Funmi. Veja, não estamos pedindo que você deixe de ocupar seu lugar na vida dele, estamos apenas dizendo que deveria chegar para o lado para que outra pessoa possa sentar”

Após quatro anos de casamento e com toda a pressão da família de Akin, a culpa pela falta de concepção recai sobre Yejide e ela fica desesperada, pois a família de seu marido consegue uma nova esposa para ele, Fumni, que seria capaz de dar um filho para Akin. É nesse ponto que o casamento começa a ruir. A pressão social,  os próprios desejos, tudo entra em colapso.

O mais legal da construção da história do casal, é que vamos acompanhando tanto o presente quanto o passado. Como tudo começou, como se apaixonaram, quais os traumas de vida de cada um e porque o amor deles se sustentam fortemente no presente, apesar dos pesares. Fui surpreendida pela escrita extremamente forte e delicada sobre a busca do amor em um casamento, de Adébáyò.



“Você já viu Deus em uma sala de parto parindo um bebê? Diga-me Yejide, já viu Deus na maternidade? As  mulheres fabricam crianças, e se você não consegue fazer isso então não passa de um homem. Ninguém deveria chama-la de mulher.”

A chegada de Fumni bagunça não só a mente de Yejide que busca por todos os métodos alternativos para conseguir engravidar. Akin também não fica em seu juízo mais perfeito, tomando uma série de decisões e atitudes que irão repercutir em todo o futuro. como uma forma de provar seu amor por Yejide. O leitor tem que ter um estômago de barata para acompanhar tudo. Porque é doloroso, é forte, é triste. O que você faria por amor e até que ponto este amor valeria a pena o risco? Essas são perguntas que Akin e Yejide responderiam com um simples "TUDO".
 
Como eu citei no início da resenha, eles se separam em um determinado momento e nossa como eu sofri com essa separação. Parecia que o relacionamento era meu e eu estava desgastada e totalmente devastada. Para mim foi super compreensivo o motivo do término, porque se fosse realmente comigo eu também não conseguiria perdoar. Não há amor que pague o sofrimento do outro para alimentar seu ego.



“Amei Yejide desde o primeiro momento. Não tenho duvida. Mas há coisas que nem o amor é capaz de fazer. Antes de me casar, eu acreditava que o amor podia tudo. Porém, logo descobri que ele não era capaz de suportar o peso de quatro anos sem filhos. Quando o fardo é pesado demais e o carregamos por muito tempo, até mesmo o amor se verga, racha, fica prestes a se despedaçar, e às vezes se despedaça de fato. Mas, mesmo quando está em mil pedaços aos nossos pés, não significa que não seja mais amor”.

Eu acho que nem preciso dizer que este livro é mais que recomendado né?! Ele foi uma das minhas melhores leituras de 2018, estando no top 3. A estreia de Ayòbámi Adébáyò foi mais que aprovada, superou todas as expectativas de quando eu vi a sinopse: ser aluna de Margareth Atwood e estudar com Chimamanda Ngozi Adichie. Por hoje é isso, um beijo enorme e até a próxima!!  


 















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