Inferno - Dan Brown



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- Sete pês – disse Sienna. – O que vamos fazer com isso?
Langdon abriu um sorriso tranquilo e ergueu os olhos para encará-la.
- Sugiro que façamos exatamente o que a mensagem nos diz para fazer.
Sienna o fitou, confusa.
- Esses sete pês são... uma mensagem?
- Isso mesmo – respondeu ele sem parar de sorrir. – e, para quem estudou Dante, ela não poderia ser mais clara.
Pág. 235


Uau, que história! Confesso que depois que li O símbolo perdido com aquele final broxante (a história era ótima, empolgante até culminar com aquele final nada original) comecei a ler Inferno com um pouco menos de expectativa. Mas só um pouco, porque se tratando de Dan Brown a expectativa vai lá para cima. E ele não deixa a desejar em Inferno, pelo contrário, quando o leitor pensa que entendeu tudo a história dá uma reviravolta e a expectativa sobe mais ainda: O que será que Dan Brown aprontou dessa vez? Aviso logo, o final foi incrível e bem fundamentado.

Tudo começa com Robert Langdon, famoso professor de Harvard – especialista em simbologia – acordando num hospital. Aparentemente, ele havia levado um tiro de raspão na cabeça e estava internado nesse hospital... em Florença. E o pior, ele nem se lembrava de ter saído de Massachusetts, nos Estados Unidos. De algum modo, o tiro fez com que ele tivesse amnésia. Mas ele nem tinha tempo para tentar recuperar a memória, porque alguém invadiu o hospital e estava tentando matá-lo, novamente. Graças à ajuda da médica de estava cuidando dele, Sienna Brooks, eles conseguiram fugir do hospital e foram para o apartamento dela. Primeiro: O que ele foi fazer na Itália? Segundo: Quem estava tentando matá-lo? Terceiro: E por quê? 

Como a amnésia não o ajudava em nada, ele precisava juntar tudo que a Drª Sienna se lembrava desde que ele chegou ao hospital e reunir com as informações que ele tinha à mão, incluindo um estranho artefato que estava costurado no seu casaco.

Paralelamente, duas organizações estão em busca do professor Langdon, cada uma com seus próprios motivos, mas todas envolvidas pelo mesmo mistério, que Langdon precisa desvendar rapidamente; começando por Dante e seu inferno. As descrições sobre o Inferno (Divina Comédia) são tão exultantes quanto de O inferno de Gabriel, de Sylvain Reynard, sendo que esse último é um relato mais apaixonado, enquanto o de Dan Brown tem um tom mais científico.

Inferno, de Dan Brown (Arqueiro, 448 páginas, R$ 39,90), como já sugere o próprio título, tem como tema a visão do Inferno por Dante Alighieri. E isso inclui detalhes do famoso livro, como outras obras correlacionadas, a exemplo do Mapa do Inferno de Botticelli e da Sinfonia Dante de Liszt. Mas não só isso, através da busca de Langdon e Sienna, viajamos por Florença, Veneza e até Istambul, conhecendo mais sobre cada cidade, incluindo a famosa família Médici.

Uma das coisas que adoro em Dan Brown é sua capacidade de pesquisa e interligar coisas que à princípio não fazem sentido para um leigo. Ele é brilhante! Sua descrição dos objetos, dos locais, inserindo fatos reais à ficção é como uma bela aula de história, e é tão vívido que a aula parece ao vivo. Engraçado, quando fui para Itália e conheci Florença eu pensei: Se tem uma cidade que não faço questão de retornar é essa. Mas, agora, ver Florença pela escrita de Brown, fez com que a cidade tivesse outro brilho e quero poder retornar a ela para ver a belíssima e enigmática cidade que Robert Langdon tão bem conheceu. Quando Langdon vai para Veneza, ele cita: "Poucas experiências venezianas eram mais prazerosas do que embarcar no Vaporetto 1, de preferência à noite, e sentar-se na proa para sentir o vento bater no rosto enquanto as catedrais e os palazzos iluminados desfilavam à sua volta."  (pág. 287). E nossa, realmente foi é assim. Cheguei em Veneza no dia do Carnavale, à noite, desci as escadas da Estação Santa Lucia e Veneza me recebeu com neve e amor... Veneza é tão impressionante, que levamos um choque à primeira vista. Através de Langdon me vi novamente nessa cidade deslumbrante. 

Quando se passa a conhecer um pouco mais da história, tudo muda de sentido. Achava “bonitinho” os moradores e turistas usarem máscaras no carnaval, principalmente a máscara bicuda e lendo Inferno, descobri que essa máscara foi inspirada na “máscara da peste” (os médicos usavam uma máscara similar, com nariz pontudo, para evitar respirar próximo ao paciente moribundo). Dan Brown descreve até o cheiro de Veneza, e é tudo tão realista que o leitor se sente lá.

Adorei passear pela Itália com o famoso professor Langdon e saber mais sobre esse país tão rico de cultura e arquitetura, sobretudo, adorei ir juntando as peças para desvendar todo o mistério e descobrir o que Dante e Inferno tinham a ver com o mundo que conhecemos hoje. Adorei toda a ação da história e o suspense de não saber como alguma coisa em específica iria acabar ou como os personagens iriam se safar dessa vez. Outro fato marcante é como ele aliou toda essa parte histórica com alta tecnologia e até com questões ambientais como demanda por água potável, esgotamento de recursos oceânicos, desmatamento, concentração de gás carbônico... 

O enredo é pesado e até desconfortante se você perceber que tudo à que ele se refere tem sentido, mas Dan Brown é um exímio contador de histórias (ele te faz querer ter vontade de visitar museus e observar detalhes das obras, uma espécie de “Inferno Experience” rs) e não tem como não se envolver com a história e mergulhar na leitura.

Sinopse AQUI.

Série Robert Langdon:
1. Anjos e demônios 
2. O códido da Vinci
4. Inferno

Foto panorâmica - Florença (Cúpula da Santa Maria del Fiore ao fundo). ©MeninadaBahia
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Foto panorâmica - Florença (Ponte Vecchio à esquerda).  ©MeninadaBahia
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Foto panorâmica - Veneza.  ©MeninadaBahia Clique para ampliar.

Olha que bacana!

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