A Última Carta de Amor - Jojo Moyes




E, quando ouviu o grito se formar no fundo da garganta dela, 
quando sua cabeça se inclinou para trás, 
ele o deteve com a boca, absorvendo o som, o prazer dela,
com tanta segurança que ele se tornou seu.
Vicariamente.
Pág. 149


Ellie está tendo um caso com um homem casado. Ela sente que ele é o homem de sua vida, mas está cansada de nunca saber quando poderão se ver ou quando ele irá largar sua esposa. Sua vida está de cabeça pra baixo, ela tem medo de exigir demais e ele desaparecer. Qualquer minuto é melhor do que nenhum, mesmo que pra isso ela se rebaixe ao segundo plano.

Tudo começa com uma carta. No meio dos arquivos do jornal onde trabalha, ela descobre uma carta de amor, de quarenta anos atrás. Ela sente como se as palavras fossem para elas, ou melhor, ela gostaria que seu amante lhe mostrasse a mesma devoção que o amante das cartas.

Ela precisa de uma matéria bombástica para não perder o emprego, e é com essa carta que ela vê sua grande chance. Ela irá descobrir quem são os personagens da história de amor da carta e se o amor falou mais alto ou não.

A história é dividida em três épocas, que vão se entrelaçando nos capítulos. Época atual, quando Ellie descobre a carta e vai investigar. Quarenta e quatro anos atrás, quando Jenny conhece Boot e se apaixona loucamente. Quarenta anos atrás, quando Jenny reencontra Boot e sua memória retorna.

Jennifer (Jenny) é a exemplar anfitriã da alta sociedade londrina, linda, vestida impecavelmente, casada com um dos homens mais abastados da sociedade. Ela achava que era feliz no casamento. Até o dia em que conhece Anthony – apelidado de Boot. Anthony era o responsável por fazer uma entrevista com o Sr. Stirling, marido de Jennifer. Durante o jantar, no qual foi convidado, odiou todos que estavam presentes: ricos sem conteúdo, incluindo a bela Jenny, cuja única ocupação era ficar bonita pro marido. Ele fala isso em voz alta, é quando ela escuta e os dois mantêm uma civilizada discussão, que culmina num almoço e posteriormente num caso de amor.

Boot é inteligente. Boot é encorajador. Ela anseia por suas conversas e suas cartas. Ela sabe que o caso deles é proibido, ainda mais na época em que mulheres de respeito não podiam se divorciar, mas ela estava feliz e era o que importava. Ele vai para a América e pede que ela vá junto. Ela tem medo, mas o amor fala mais alto.

Ela pegou o valium da última prateleira e abriu a tampa.
“Você é a forte de nós dois, a que é capaz de suportar conviver com a possibilidade de um amor como este, e com o fato de ele jamais nos será permitido.”
Não tão astuta quanto você pensou, Boot.
Pág. 210

Ela sofre um acidente de carro. Perde a memória. Esquece Boot, mas sabe que não ama o marido. Ela têm alguns flashes, acha algumas cartas. Porém, descobre também que ele morreu. Resolve seguir com a vida ao lado do marido.

Quatro anos se passam. Jenny e Boot se reencontram. O amor mais vivo do que nunca. Ele descbre que ela resolveu largar tudo por ele – quatro anos antes – e pede que faça o mesmo novamente. Mas agora ela tem uma filha. O marido jamais a deixaria ir com a menina. Ela não pode. Ele vai para a guerra.

Voltamos à época atual. Ellie consegue descobrir o que aconteceu à Jenny e Boot. E é através da história dos dois que resolve fazer uma matéria sobre as últimas cartas de amor de todos os tempos. Com essa matéria ela encoraja não só mulheres na mesma situação como a ela própria. Ela é dona de sua vida e precisa tomar uma decisão sobre seu amante. Será que ela o ama tanto assim para ter poucos minutos com ele? Ele a ama ou só quer sexo fácil?

- Me diga uma coisa, Ellie. O que a levou a se esforçar tanto para me devolver esses cartas?
Ellie pondera se menciona ou não o artigo. Seus instintos dizem “não”.
- Porque eu nunca li nada igual?
Jennifer Stirling a observa atentamente.
- E... eu tenho um amante – diz, se saber bem por quê.
- Um “amante”?
- Ele é... casado.
- Ah. Então essas cartas falaram a você.
- Sim. A história toda. É aquela coisa de querer o que não se pode ter. E de nunca conseguir dizer o que realmente se sente.
Pág. 284

A Última Carta de Amor, de Jojo Moyes (Intrínseca, 384 páginas, R$ 29,90), é inspirador. Em seu penúltimo livro lançado aqui no Brasil, Baía da Esperança, cada capítulo era narrado por um personagem diferente, mas ao início da narração ela indicava quem era o personagem da vez, aqui ela vai pulando de época em época, avisando apenas em poucos capítulos. No início foi confuso, porém à medida que a história flui você consegue se situar na época e nada mais incomoda, a não ser descobrir o que aconteceu com o amor de Jenny e Boot. Vários personagens, histórias entrelaçadas, as mesmas características de seus livros continuam nessa. Ela consegue fazer você ansiar pela próxima página. Os detalhes, os acontecimentos da época são um plus à parte.

Personagens fortes. Cenas marcantes. Narrativa inteligente. Super recomendo.
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