Fetiche (Editora Fundamento, 312 páginas R$ 30,80) inicia contando todo o planejamento e execução de um assassinato pelo ponto de vista do assassino. E então você já começa a leitura se preparando para horas de leituras eletrizantes e ininterruptas. O livro conta a historia de Makedde Vanderwall , a Mak, uma modelo canadense, estudante de psicologia forense que acaba de chegar da Austrália para dividir um apartamento com sua colega Catherine, que foi assassiinada brutalmente por um psicopata. 

Não sei se classifico Fetiche como um romance policial, porque as cenas de romances são poucas, não há uma paixão propriamente dita entre o casal. O detetive Andy Flynn desenvolve uma atração pela Mak e é correspondido, e mesmo com toda complicação que isso pode acarretar, eles se envolvem. Eles entram bem cientes de que a relação pode ser apenas sexo, porém se torna algo mais forte. Mas ainda sim, há apenas um cheiro, uma predisposição de romance no ar.Vocês me entenderão ao ler o livro...

A leitura do livro inicialmente tem uma dinâmica lenta e cenas com muitos detalhes desnecessários, e confesso que pulei algumas vezes, mas após alguns capítulos a escrita melhora bastante e passei horas sem conseguir largar o livro. No ônibus, na hora de almoço no trabalho, só consegui dormir após terminar de lê-lo. Tudo faz sentido no livro, algumas cenas aleatórias, as pistas que são dadas... 

Ao descobrir sobre a morte de sua amiga de infância a Mak insiste que o caso seja desvendado e utilizando sua inteligência que poucos acreditam que ela tenha, Mak se intromete nas descobertas da policia, faz investigações por conta própria, cobra do detetive responsável pelo caso informações que não cabem a ela saber, mas ela poderia ter ajudado mais  e colaborado efetivamente no caso e isso não ocorre.

Mas muita coisa me deixou ainda curiosa no final do livro e não foi muito explicado. A forma como o assassino foi descoberto foi muito superficial e a cena não é passada no livro. Isso me frustrou porque em um livro de suspense, de investigação de assassinato o clímax, a parte mais importante é a descoberta do criminoso e como se dá essa descoberta. As pistas deixadas no decorrer do livro que levam ao encerramento do caso, me entendem?! Com tudo isso Fetiche não é um dos melhores livros que li e nem uma leitura imperdível, mas é um bom livro e rende algumas horas de leitura agradável e instigante. 

Outro fator que gostei no livro foi que por ser uma ex modelo a Tara mostra um lado mais real da vida de uma modelo que ainda não é ou nunca será famosa. Os percalços e desafios que os bastidores da indústria da beleza traz. E algo que não posso deixar de comentar e me chamou muito a atenção, de forma positiva, foi a edição da Fundamento, as paginas tem uns desenhos nos detalhes e a numeração em uma parte incomum da pagina que me agradou bastante. Faz você pensar no cuidado que se teve ao elaborar a impressão do livro assim como não me recordo de ter encontrado erros na tradução. Mas ainda não me conformo com o uso de aspas ao invés de travessão, ainda confundem bastante.

Com certeza vou ler outros livros da autora, mesmo ela não sendo a nova Agatha Christie como está escrito na orelha do livro, mas sua escrita me deixou com a impressão de que ela tem muito mais a mostrar e até porque Fetiche é o primeiro de uma série de seis livros, onde quatro já lançados pela editora e são dependentes um do outro. Já estou ansiosa para ler Obsessão e saber o que mais irá acontecer com Makedde e Andy.

Beijos e até próxima!