Uma paixão e nada mais- Mary Balogh



Olá, pessoal!


Hoje venho falar de mais um romance de época da Mary Balogh, Uma Paixão e Nada Mais (Ed. Arqueiro, 2019, 288p.). Quarto volume da Série Clube dos Sobreviventes.


“O amor era mesmo um sentimento engraçado. Na maioria das vezes não era algo sexual - na verdade, quase nunca.”


Dessa vez conhecemos a história de Flavian, o visconde de Ponsonby. Como os protagonistas dos livros anteriores, Flavian também é um dos integrantes do clube dos sobreviventes. E Agnes, uma jovem mulher viúva que vive uma vida tranquila com sua irmã solteira.


Ao receber um tiro na cabeça nas Guerras Napoleônicas, Flavian voltou para casa sem conseguir lembrar claramente de alguns eventos importantes de sua vida, sem falar e tendo ataques de fúria que assustava seus familiares ao ponto de os mesmos não acreditarem que um dia ele fosse voltar ao seu juízo perfeito, Flavian passou um tempo se recuperando na Cornualha, lá ele conseguiu se reerguer novamente e teve uma recuperação quase completa, se não fosse pela leve gagueira e a memória afetada.


Durante o baile da colheita em Middlebury Park em homenagem a Vincent e Sophia (protagonistas do segundo livro), Flavian conhece Agnes, que é amiga próxima de Sophia, e ele a tira para dançar. O encontro é breve, mas a pequena interação entre eles se transforma em algo prazeroso e num sentimento que Agnes nunca imaginou que fosse sentir.


“Estar apaixonada não era nada agradável - a não ser, talvez, quando ela revivia certa valsa sem música é certo beijo que pareceu chocante e lascivo na ocasião, mas que provavelmente não deveria ser considerado assim por nenhum padrão vigente. No entanto, não era possível viver para sempre de lembranças e de sonhos. Não era possível ignorar para sempre o fato de que estava só e de que talvez fosse permanecer assim pelo resto da vida.”


Alguns meses depois, Flavian e o restante do clube dos sobreviventes decidem se reunir novamente na residência de Vincent, devido ao nascimento do seu primeiro filho com Sophia. E reencontra Agnes e também encontra nela um alento para sua alma em conflito, já que neste ano, sua ex-noiva viúva (que casou com o melhor amigo de Flavian) e sua familia espera que finalmente Flavian se case com ela, algo que teria acontecido anos antes se Flavian não tivesse se machucado na guerra. Devido as expectativas da familia, Flavian se sente pressionado, e muito confuso quanto ao passado que ele quase não lembra, ele tenta achar uma saída para se sentir seguro e faz a Agnes a proposta de se casarem.


Agnes não estava esperando e nem estava preparada para reencontrar Flavian, que despertou nela uma paixão inesperada meses atrás, e com sua volta esses sentimentos se intensificam e a envolvem de um jeito que a perturba e lhe traz paz ao mesmo tempo. Devido suas experiências de vida, Agnes acha que sentimentos românticos, essa paixão avassaladora podem ser destrutivos pra ela. No entanto, mesmo relutante, ela não consegue dizer não aos seus sentimentos e a um futuro ao lado de Flavian.


Assim como Flavian que tem lapsos de memória, e uma raiva inexplicável que aparece do nada dentro de si, alguns fatos sobre o passado de Agnes também provoca muitas dúvidas quanto ao futuro deles.


“Quando havia paixão, quanto tempo levava para o amor acabar? Em outubro, havia levado várias semanas - embora parecesse que o sentimento tinha apenas adormecido em vez de terminar. Quanto tempo seria necessário dessa vez? E quando acabaria para sempre?”


Flavian é um personagem que me consquistou bem rápido, ele é uma contradição apaixonante, ao mesmo tempo que tem um lado sofrido intensificado por lacunas em sua memória e também pela guerra, Flavian também tem um lado mais leve e descontraído, ele é sedutor, intenso e galante, e bastante cínico, e mesmo com todos os problemas e um passado tortuoso e com memórias distorcidas e confusas, ele não se deixa abater. Agnes é uma mocinha forte e sensata, que mesmo com dúvidas a respeito de Flavian no início, ela se superou e mostrou a que veio no momento certo. Outra coisa que quero destacar sobre Flavian e Agnes é como eles se tornam o porto seguro um do outro de uma forma visível e bem natural, é simplesmente lindo.


“Ponsonby era um homem belíssimo, dono de um poder de atração tão avassalador que Agnes foi incapaz de erguer qualquer tipo de defesa contra sua sedução. Havia no rosto dele a força de seu caráter, bem como cinismo, intensidade e tanto mistério que seria impossível desmascara-lo por completo mesmo depois de uma vida inteira a seu lado. Havia nele algo cruel, espirituoso, encantador e doloroso.”

Uma Paixão e Nada Mais foi uma delicia de leitura, que apreciei bastante, mas tenho que confessar que achei mais devagar do que os livros anteriores, inicialmente, a trama é lenta e demora a pegar um bom ritmo. Apesar disso, tenho que ressaltar a beleza que é a escrita de Mary Balogh que descreve cada sentimento de uma forma única, os diálogos são espirituosos e bem elaborados, os personagens cativantes, a ambientação tão bem descrita que a gente consegue se sentir nas cenas. E é sempre muito bom rever os membros do clube dos sobreviventes, e aqui temos doses extras de todos eles, o que me deixou muito feliz.


A edição da editora Arqueiro está linda, as páginas são amareladas, a fonte, o espaçamento entre linhas e o tamanho é agradável para leitura. Sobre a capa, segue o mesmo padrão das outras, essa num tom de azul mais escuro.


“E por que os sonhos deveriam ser impossíveis apenas por serem sonhos? Não era verdade que às vezes eles se realizavam?”


E eu tenho séries expectativas a cada livro novo dessa série, já espero ansiosa pelo próximo volume. E claro, não posso terminar sem antes recomendar Uma Paixão e Nada Mais, que é tão apaixonante quanto os livros anteriores.


Beijinho e até a próxima!


Classificação: 4 estrelas ★★★★













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