[Resenha] Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática- Thalita Rebouças




Olá pessoas! Tudo bem com vocês?

Hoje a resenha vai ser de um livro super gostosinho, o Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática da Thalita Rebouças. É o livro de estreia dela na Editora Arqueiro. Bom, antes de falar sobre ele preciso confessar que fazia muito tempo que eu não lia livros da Thalita ~decorrências da vida~ então me deparar com a Tetê fez com que eu me sentisse um peixe fora d'água, mas foi só no começo, logo explicarei o motivo.

Enfim, deixa eu desenrolar logo, porque quando eu gosto de um livro, goxxxxto (com muito x para dar intensidade) e quero falar bastante sobre ele. A leitura flui tão bem que para se ter uma noção nas duas primeiras horas que eu comecei a ler, já estava na página oitenta. Adorei!

A Teanira (proibido fazer alguém tipo de comentário maldoso sobre o nome alheio) é uma adolescente carioca de quinze anos, que não corresponde aos padrões. Aliás nem vaidade tem. Passou a vida sendo rejeitada pelos colegas do colégio. Recebendo todo e qualquer tipo de apelidos caprichados na maldade. Ela é ingênua que dá dó, sabe aquelas pessoas que não conseguem perceber o quão horrível o ser humano pode ser? Essa é a Tetê. E me deu uma dó dessa menina.

O que ela não contava era que seu pai perderia o emprego e que com isso teria que mudar de colégio, de bairro, de casa. Muitas mudanças para conciliar. Imagina o susto, ela como filha única, passar a morar em um apartamento com sua avó, avô e biso, além dos seus pais. Aaa e dividir o quarto com o biso também. Isso seria o de menos, a maior preocupação dela era com a escola nova. Uma pessoa que foi ignorada e excluída a vida toda, realmente tinha bastante com o que se preocupar com aceitações alheias. Esse era justamente o problema dela, a falta de aceitação própria, ou melhor, de autoconhecimento para que ela tivesse sua autoaceitação.

Chegou o momento de falar da minha parte favorita do livro, que é quando ela conhece o Davi e o Zeca. Eu juro que me identifiquei com os dois, sério, me vi neles. O Davi e sua alma de velho, coisa fofa. Contrapondo o furacão Zeca. Me identifiquei muito com eles porque apesar das coisas que a gente escuta, principalmente as depreciativas à nosso respeito, temos que ligar o botãozinho do 'Foda-Se'. Muitas vezes são coisas que nos machucam sim, mas que devemos rebater e fazer de conta que não ouvimos. Somos muito mais do que interpretações feitas por outras pessoas, principalmente daquelas que pouco sabem sobre nossa vida, sobre nossas lutas, sobre nossas conquistas. Eu aprendi ainda que muito nova que, o amor próprio é a nossa arma mais poderosa e devemos cultivá-lo da mesma forma que respiramos, ou seja, o tempo todo.

Tanto o Zeca quanto o Davi são assim, encaram com a maior naturalidade os venenos que a Valentina destila sobre eles. A Valentina ou Biscalentina, Vacalentina enfim foram tantos apelidos terminados em 'ina' que a Tetê deu para ela que vicia. É uma garota insuportável, insegura, bonita, mas insuportavelmente insegura. Namorada do Erick, o menino mais bonito e popular do colégio. Claro que o coração da Tetê tinha que ficar mexido pelo garoto. Ele apesar de bem bonito e popular, é aquela pessoa que conversa com todo mundo (me identifiquei de novo) e tem amizade com Davi, o moço que todo mundo considera invisível. Então, voltando a Valentina... Ela sente prazer em hostilizar todo mundo, para se sentir superior. Querida me poupe, se poupe, nos poupe. Era o que Tetê, o Brasil, polo norte e China deveriam ter dito para ela porque olha, garota mal caráter.

Claro que ela tinha que pegar no pé de quem? Da Tetê. Por ela ser cheinha (pelo o que eu entendi, ela não chegava a ser exatamente gorda), ter espinha, monocelha, usar aparelho e claro, ter uma queda pelo Erick. Como ele não saía de perto do grupo dela. Já era o suficiente para ligar as anteninhas da paranoia da Valentina.

Com as dicas de Zeca (aquele amigo gay que toda mulher deveria ter), Tetê passou se cuidar mais, fez a sobrancelha e o buço, depois cortou o cabelo. E quando foi fazer luzes encontrou Davi e o irmão, Dudu, no shopping. Teanira dava suas bolas foras, mas conseguiu chamar a atenção de forma leve e natural do Dudu. Ele até se animou para ir à festa de aniversário de um colega da sala deles. Agora vou explicar o porquê do peixe fora d'água, que eu falei lá no começo da resenha. Depois que a gente cresce e sai da fase da adolescência, participar de algo com muitas pessoas dessa faixa etária faz com que a gente se sinta uma pessoa praticamente idosa perto deles. Para ser bem sincera, eu não tenho paciência. Os adolescentes de hoje não são nem 1% dos adolescentes da minha época (quem me vê falando assim, pensa até que eu tenho uns 40 anos ao invés de 21. Mas o que posso fazer se minha alma sempre foi muito mais velha).

Fora o fato de sentir-se como tiozão da turma, correu tudo bem quanto a isso depois que a festa começou. Dudu e Tetê conversaram bastante. Mas quem também estava na festa? Casal 20 e o Erick logo deu um jeito de tecer elogios à Tetê que estava bem linda por sinal. Valentina e as discípulas, Lais e Bianca, estavam "praticando" o deboísmo nessa noite. A coisa pegou mais adiante na festa, porém não contarei porque é ótima a cena e perderia a graça eu contando. Vamos voltar para Dudu e Tetê que ship preferido desse livro.

Pena que Teanira estava confusa entre Dudu e Erick, tanto é que se permitiu deixar o Erick tirar seu BV. Aaa sim, Teanira ainda era BV, mas isso é o de menos. Ele já não estava mais com a Valentina, só que apesar de bonito e gente boa, ele tinha muito respeito pelas meninas com quem estava. Estou falando isso porque acontece uma coisa séria no colégio que mexe com a cabeça e o coração de quase toda a turma.

Às vezes, as pessoas fazem bullying e não pensa nas consequências. O bullying só dói para quem recebe. E praticar bullying para se vingar dos recebidos é o maior ato de burrice que o ser humano pode fazer. Porque a pessoa se iguala ao seu agressor. Quando o ódio é destilado, o amor deve ser plantado em igual proporção. Quem pratica bullying geralmente são pessoas carentes, vazias, traumatizadas e que se sente bem em ver o outro pior é humilhado. O mesmo vale para quem pratica pela internet, achando que ninguém vai descobrir quem foi.

E para concluir, eu amei que a Tetê e o Dudu formaram um casal fofo. Que a Teanira aprendeu que as mudanças parte de dentro para fora e nunca ao contrário. Amei que ela fez amigos, passou a frequentar festas, que tinha uma família que cada vez mais ela sentia vontade de estar mais e mais próxima. Acredito eu que o fato de o Davi e o Dudu terem sido criados pelos avós, e o carinho que eles sentem por eles era tão acolhedor, tenha a ajudado bastante. O seu avô era a pessoa mais compreensível deste mundo. Sua avó a mais fofoqueira, seu biso o mais sem noção, de uma forma positiva claro, e seus pais apesar dos pesares, eram as pessoas que mais a entendia. Tetê aprendeu que nenhuma família é perfeita, mas a dela era perfeita para ela.

Com a Tetê não tem nada que não cure com uma comida feita com muito carinho e amor. Sim, eu amei isso no livro. Tem várias receitinhas maravilhosas e de grau fácil. A Tetê pratica cozinhaterapia, que é a forma que muita gente usa para extravasar todo e qualquer estresse. Eu mesma adorei porque também pratico. Tanto é que enquanto lia me deu uma vontade de fazer Lasanha de Abobrinha. É ridiculamente fácil e fica uma delícia.

O que leva:
2 abobrinhas grandes
1 dente de alho picado
1/2 cebola picada
1 tomate picado
1 xícara de leite sem lactose ou leite vegetal (pode colocar leite de vaca também)
1/2 xícara de farinha de arroz (mas pode ser substítuída por farinha de trigo também)
250g de queijo (de sua preferência)
Molho de tomate pronto a gosto.
1 colher (sopa) de margarina (ou creme vegetal que possa ir ao fogo).
Pitada de azeite extra virgem.

Como faz:
1. Em uma panela coloque a farinha, o sal, a margarina, o leite coloque aos pouquinhos para não empelotar a farinha. Quando der uma leve engrossada. Tire do fogo e reserve.
2. Em outra panela coloque o alho, a cebola e o azeite, deixa dourar e acrescente o tomate. Assim que o tomate murchar acrescente o molho de tomate pronto e uma pitada de sal. Reserve.
3. Corte as abobrinhas em tiras de finas, mas não muito papel. Reserve.
4. Em um refratário de vidro coloque molho de tomate. Depois as fatias da abobrinha até cobrir o molho. Depois coloque o molho branco e o queijo. Para a camada seguinte repete o processo da camada anterior. Leve para assar até que o queijo esteja derretido, porque a abobrinha tem cozimento rápido e como tem molhos o processo é mais rápido ainda. Sirva ainda quente.

Obs.: você pode substituir o molho branco por requeijão de sua preferência.

Como ela fica depois de pronta. 


Espero que tenham gostado da resenha, da receita, da Tetê e seu universo paralelo de infinitas descobertas.

Um beijo enorme e até a próxima!
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