[Resenha] Entre o amor e a vingança - Sarah MacLean


"O problema com as mentiras é que era fácil demais acreditar nelas, mesmo quando éramos nós que a contávamos. Talvez especialmente quando somos nós que as contamos."
Amo romances de época, histórias de amigos que se apaixonam, de casais que se reencontram depois de anos separados. E ter encontrado tudo isso reunido em um só livro, foi felicidade em forma de palavras! Entre o amor e a vingança (Editora Gutemberg, 2015, 304 páginas) já traz no seu título um pouco sobre a historia que nos aguarda. É uma história de um amor que nasceu de uma amizade, sobreviveu guardada durante anos e que se transformou em uma paixão avassaladora. 

É nesse espírito de alto astral e satisfação que começo a resenha do primeiro livro da serie O clube dos canalhas, onde cada livro possui um casal diferente de protagonistas. O livro que se inicia com um prólogo no Inverno de 1821 com o nosso protagonista, o jovem Michel, o Marquês de Bourne, aos 21 anos de idade perdendo todo o seu legado, sua propriedade em um jogo de cartas Ficando somente com seu título, as roupas do corpo, um erro imaturo que altera todo o curso da sua vida. E ele perde essa aposta justamente para o homem que era seu guardião, pois seus pais tinham falecido devido a um acidente. 

Dez anos depois, Bourne como ficou conhecido e gosta de ser chamado, se tornou sócio de um dos maiores clubes de jogatina de Londres o "Anjo Caído", juntamente com mais três nobres Cross, Chase e Temple (que também tem historias de decadência e superação em suas vidas) e atualmente é muito mais rico do que fora dez anos antes. E o engraçado da situação é que o clube sobrevive de jovens e nobres que como ele fez outrora, perdem suas fortunas apostando em jogos na casa. Porém Bourne, que hoje tem a fama de ser um libertino e de temperamento frio, não está satisfeito, pois deseja se vingar do Visconde Langford, obter sua propriedade de volta e moldou toda sua vida durante esse anos, nesse obsessivo objetivo. Mas eis que mais uma vez a vida é irônica e o Visconde perde a mansão, conhecida como Falconwell, que é herança Bourne, em um jogo de cartas para o Marquês de Needham e Dolby, o antigo vizinho de Michael. 

O Marquês coloca então, a mansão como dote de casamento para sua filha mais velha Penélope, que foi amiga de infância de Bourne, querendo aumentar as chances de matrimônio dela. Penelope é considerada uma solteirona pela sociedade e ainda sofre comentários a sua imagem, porque seu noivo, o Duque de Leighton, se apaixonou por outra moça (isso cabe uma observação que irei fazer no rodapé no final da resenha) e seu noivado foi desfeito de forma nada discreta, comprometendo assim sua reputação e de suas irmãs. 

Penélope é uma mocinha das minhas! Ela é diferente maioria das mocinhas que já li e entra num seleto grupo que considero de mocinhas admiráveis. Ela é sensata, inteligente, altruísta, delicada, mas também corajosa e impetuosa. Não se lamenta, não chora pelos cantos. Ela vai atrás do que quer. Seus diálogos com Michael Bourne são sempre cheios de intensidade e deliciosos de se ler. Ela tem 28 anos e já recusou vários pretendentes ao longo dos anos, porque após ver que o casamento de seu ex-novo foi por amor, almeja o mesmo para ela. E em certa noite, ao estar divagando sobre isso, termina por se aventurar ao redor de sua casa e reencontra o Michael, que ao ter conhecimento que suas terras faziam parte do dote de Penélope, resolveu que teria que casar com ela para reaver o que considerava seu por direito. 

Bourne e Penélope foram amigos de infância muito próximos e mesmo tendo muitos anos que não se falam, a nossa mocinha sempre teve um lugar em seu coração guardado para Michael. Mas ele mudou muito desde aquela época em que se falaram pela ultima vez, agora o antigo amigo só vê a moça como um meio para conseguir sua vingança. Mas a grande questão que o livro mostra é até onde a satisfação de ver seu inimigo cair é maior do que a felicidade que conhece ao conviver com Penélope e ter a oportunidade de ser amado e de viver com a mulher amada? 

Não posso deixar de falar sobre os personagens coadjuvantes, como a Pippa, irmã da Penélope e os outros três sócios do Cassino que são ótimos! As cenas em que eles aparecem sempre são muito interessantes e divertidas. E já informo que o próximo livro da série nos trará Cross como protagonista e já estou ansiosa pela leitura. 

Não vou me alongar mais, porque esse é um livro que traz uma história que tem que ser saboreada a cada pagina surpreender a cada capítulo! Ele tem cenas românticas, é divertido, as cenas sensuais são bem detalhadas e muito bem escritas, sem perder o bom gosto. Ah! Tenho que contar a vocês uma das coisas que mais me encantaram em todo livro: O início de cada capítulo tem os trechos das cartas que eles trocavam quando adolescentes e depois as ela enviava para ele, mesmo sem resposta, e isso foi uma ideia maravilhosa da escritora. Me emocionei muito e me coloquei no lugar da Penolope em diversas cartas... 
A Sarah MacLean nos mostra em Entre o amor e a vingança até onde vai força de um verdadeiro amor e do que somos capazes de abrir mão em nome desse sentimento. Leiam!
"Você acha que eu me casei com você apesar de suas imperfeições? Eu me casei com você por causa de suas imperfeições, seu tolo. As suas gloriosas e insuportavelmente irritantes imperfeições."



Nota de rodapé: A Sarah MacLean tem uma série chamada Love By Numbers , que é anterior cronologicamente à série O Clube dos Canalhas. Nessa série, o terceiro livro chamado Eleven Scandals to Start to Win a Duke’s Heart, nos conta o romance do Conde Leighton, ex-noivo de Penélope, com Juliana Fiori, meia- irmã do Marquês de Ralton, que por sua vez é o protagonista do primeiro livro dessa série. Essa série será lançada pela Editora Arqueiro.


Bjos e até a próxima!




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