Quando eu via a palmatória meu coração se acelerava. Meu corpo reagia de uma maneira que provável que realmente sou uma puta sedenta pelo castigo – e pelo prazer – que ela era capaz de causar em mim, embora admitir isso em voz alta fosse mais do que eu podia aguentar. Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras. Se você tivesse visto meu corpo quando ele terminou de brincar comigo eu não precisaria dizer nadinha.Pág. 75
Sophie Morgan descobriu o BDSM ainda na faculdade e no fundo, no fundo, sempre soube que seria submissa. Ela tinha um diário secreto, no qual escrevia que adoraria ser espancada... só de pensar ela já ficava excitada, mas apenas na faculdade o que era fantasia virou realidade. Quando um namorado deu tapinhas e depois a surrou com uma escova de cabelo, ela descobriu que sentia muito prazer na dor. Que não era apenas dor, era algo mais profundo. E ela amava aquilo.
Ao longo do livro autobiográfico, O Diário de uma Submissa (Fontanar, 216 páginas, R$ 29,90), Sophie Morgan relata suas experiências nesse terreno e ele vai muito além de um simples tapinha ou surra com escova. Quando ela conhece Thomas, descobre que as surras que ela tinha com o namoradinho de faculdade, era nada se comparado com o poder de um dominante exigente. Thomas a subjugava sempre, ele a excitava e a deixava de castigo (sem ter orgasmo) e, apesar de chorar e implorar, quanto mais ele negasse, mais excitada ela ficava. E, com ele, ela conheceu limites que nunca imaginara antes. Ela ficava exausta física e mentalmente; e se perguntassem porque suportava tudo aquilo, ela responderia que ninguém nunca iria entender o prazer que ela sentia. Ser submissa era um estilo de vida.
E quando ela pensava que já conhecia tudo sobre a experiência, conheceu James.
O livro tem bastante carga emocional, fiquei consternada algumas vezes com as humilhações que ela sofria e revoltada porque ela aceitava repetir de novo e de novo. Ao mesmo tempo, dei valor por ela ser forte e ir atrás de sua vontade. Se ser submissa na cama a definia, então submissa seria.
Não tem muito que dizer sobre esse livro. É um relato honesto de garota comum, uma jornalista que dá duro no trabalho, e que tem um lado erótico submisso. Eu, particularmente, não consigo entender como ela sente prazer em ser humilhada e espancada, mas ela sente e apesar dela detestar algumas coisas, não deixa de sentir tesão. E outra coisa muito importante: confiança. Ela confiava extremamente nos homens de sua vida, só assim ela conseguia ter uma relação BDSM.
A escrita possui o estilo "roman a clef", história real contada como ficção. Não é um livro romântico, então não espere romance. Também não é um livro apenas sobre sexo. É um livro sobre assumir quem é e ter coragem para contar tudo, em detalhes. E a autora é bem clara sobre diferenciar uma relação D/s de uma relação abusiva.
A história termina com um romance no ar, que a autora deixou em suspense, mas parece que o livro terá continuação e assim saberemos se deu certo ou não!