- Você romantiza demais as coisas – disse Gary. – Continua procurando a mulher que vai transformar a sua vida, mas essa mulher não existe.Sim, ela existia. Na minha cabeça. Era inteligente. Incrivelmente inteligente. Eu imaginava que ela tinha estudado em Harvard (onde eu só ficara na lista de espera). E sempre interessada no mundo. E não tinha apenas curiosidade. Tinha paixão pelo mundo e espírito aventureiro. Viajara como mochileira pela América do Sul. Ou dera aulas de inglês na Estônia. Ou o tipo de pessoa que consideraria essas hipóteses.Pág. 25
Gavin Greene trabalha no jornal nº 1 dos Estados Unidos, The Paper, e escreve na coluna de casamentos. A maior ironia é sempre cobrir os casamentos alheios, enquanto ainda está solteiro. Ele sonha em se casar, mas achar um amor verdadeiro está complicado. E ele já passou dos 35 anos. Ele também tem um medo, o de se casar e se tornar seus pais, que brigam o tempo inteiro.
A cada mulher interessante que vê seu coração se anima, mas a timidez é mais forte e ele não se arrisca. Durante uma festa de Ano Novo – sua melhor amiga o arrastou para essa festa – conhece A Garota Ideal. Seu nome é Melinda, ela é linda, contagiante e ele já está apaixonado. Mas um australiano musculoso está ao seu lado e ela vai embora.
Inconformado com a perda, ele acessa os sites de busca: Quem será Sua Melinda? Qual será seu sobrenome? Onde mora? Apesar de todo o esforço, ele não a encontra. Cansou.
Trabalhar num jornal de grande porte e frequentar casamentos, às vezes, de pessoas famosas o faz conhecer várias pessoas. E ele segue em frente, dessa vez, se arrisca e paquera as garotas. Nada dá certo.
Durante uma entrevista, para a cobertura de um novo casamento, Gavin descobre que a noiva em questão é Melinda. SUA Melinda! E agora?
Um Romântico Incorrigível, de Devan Sipher (Verus, 252 páginas, R$ 29,90) é divertido e espirituoso. A leitura é leve e você lê rapidamente. O personagem principal tem humor satírico e honesto, consegue fazer piada de si mesmo e da sua situação. Adorei a ideia do autor misturar realidade com ficção, já que ele escreve na coluna de casamento do The New York Times.
No final tem uma cena meio de suspense, daquelas que você pensa: OMG, coitadinho! E seu coração quebra junto com o dele, depois... O autor dá uma de espertinho e faz uma coisa que nos deixa a imaginar milhões de coisas. O que será que aconteceu entre o último capítulo e o epílogo? (*música de suspense*)