Um Mundo Brilhante - T. Greenwood




 "O que fazer quando o mundo em que você vive não é o lugar a que você pertence?"


Estava eu escolhendo qual seria o próximo livro a ler, juro que escolhi ao acaso, mas esse livro veio num momento muito oportuno em minha vida. Peguei Um Mundo Brilhante, de T. Greenwood (Novo Conteito,  336 páginas, R$ 29,90)  sem pretensão alguma, foi pura coincidência. Alguns devaneios do personagem principal são muito parecidos ao que venho passando. A literatura tem dessas surpresas né? Por isso que amo ler. Vamos ao que interessa.

Ben Bailey é professor de história em uma faculdade no turno matutino, já a noite ele trabalha num bar servindo bebidas. Esse último lhe gera apenas U$ 50,00 por noite, mas ainda assim ele gosta de trabalhar lá, é como se fosse uma válvula de escape para os problemas que vêm enfrentando em casa. Sua noiva, Sara, não é mais a mesma que ele conheceu há seis anos atrás, uma mulher otimista e autoconfiante. Hoje Sara é implicante, cobra muita coisa de Ben e ele sempre se sente sozinho, apesar de morar com ela. 

Para piorar as coisas, em uma certa manhã, enquanto descia dos céus a primeira neve do ano em Flagstaff, Ben encontra em frente a sua casa, um jovem em seus últimos momentos de vida, ele tem muitos ferimentos, como se tivesse sido espancado. Inevitavelmente, ele não consegue esquecer o ocorrido, isso o perturba muito. Logo o pior acontece, ao ir ao hospital ele conhece a irmã do rapaz, ela se chama Shadi. Ao tomar conhecimento da origem deles (eles são navajos) e dos costumes do rapaz, ele descobre que ele foi vítima de um crime de ódio e não um acidente, como a polícia julgou. Ele oferece ajuda a Shadi para descobrir os assassinos, e essa simples gentileza vai levá-lo a uma jornada de auto conhecimento, onde Ben começa a questionar o seu próprio destino que parecia estar traçado. Na verdade ele vive uma mentira, sua vida não está andando do jeito que ele queria, ele não é feliz em casa, nem com sua noiva, nem com o emprego.

O livro mistura-se entre a procura de Ben pelos culpados da morte do jovem navajo e a sua vida pessoal. Cheia de reviravoltas, a história se torna muito interessante, com eventos que te pegam de surpresa, deixando o próprio Ben sem escolhas, sendo obrigado a tomar decisões importantes em tão pouco tempo. As narrativas são legais, os diálogos são bem originais, coisas que podem ocorrer na vida de qualquer um, isso faz com que você entre na história e sofra junto com Ben.

O livro tem poucos erros gramaticais, encontrei no máximo três. Outro ponto negativo é que as vezes o Ben começa a se lembrar de eventos de sua infância no meio de algo importante, quase que dá vontade de pular  a página para poder voltar ao que estava acontecendo. Mas isso não chega a atrapalhar a leitura, é suportável. A conclusão de tudo é contado em apenas três capítulos, fica meio corrido, mas pelo menos todos os assuntos são resolvidos.

Se você procura por uma leitura leve, mas ainda assim interessante, eu indico esse livro. Você vai entrar na história e tentar tomar decisões por Ben, e acredite, não são fáceis de tomar. Ao enfrentar os problemas, eu sofri junto com ele, me coloquei na pele dele e quase chorei ao vê-lo ter que tomar uma decisão tão cruel. No fim, assim como eu, você se perguntará: "O que fazer quando o mundo em que você vive não é o lugar a que você pertence?"



Laerte Lopes



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