O Último Lobisomem - Glen Duncan




Jesus Cristo, Jake, escute.
Há uma fêmea.
Lobisomem.
Pág. 184


Jake é o último lobisomem vivo, atualmente. Sua raça foi arduamente caçada por anos e finalmente eles estavam a um passo de dizimá-los, a raça seria extinta. Apenas uma lenda. Jake estava cansado de viver fugindo. Cansado de não ter ninguém como ele. Ele queria morrer. Morrer logo. Na próxima lua cheia, ele voltaria para sua terra de origem, na Irlanda, e esperaria pelos caçadores.

Mas então algumas coisas acontecem. Seu melhor amigo é assassinado e a cabeça lhe é enviada com um bilhete preso à boca: Não foi rápido. Não foi indolor. Os caçadores queriam que ele fosse atrás de vingança. Queriam matá-lo por mérito e não porque ele simplesmente quisesse morrer.

E algo mais inacreditável ainda acontece. Esse amigo descobriu que afinal ele não era o único lobisomem vivo. Havia outro. Uma fêmea. E Jake sabia que precisava protegê-la. A espécie tinha uma esperança. A vida solitária e reclusa dele estava para mudar, talvez até o amor ousasse se aproximar.

O Último Lobisomem, de Glen Duncan (Record, 336 páginas, R$ 39,90), é sombrio e sagaz. Com uma narrativa detalhada, somos apresentados a uma raça que tem prazer em matar, mas uma consciência que vive alertando que matar é apenas para sobreviver. Há várias tiradas sarcásticas, além de é claro, uma inclinação para a sensualidade e sexualidade. Os lobisomens são viris e necessitam de sexo, como precisamos de ar para respirar. O lema é foder-matar-comer, nessa ordem. É como se o autor nos fizesse encarar a realidade, ninguém é totalmente mau, assim como ninguém é sempre bonzinho.

- Existe algo melhor do que matar quem você ama – disse. Desenredei-me de seu abraço, forcei-a delicadamente sobre as costas, segurei seus pulsos acima da cabeça, deitei sobre ela, senti as coxas aquecidas pela cama abrindo-se suavemente. Os olhos dela e os brincos e lábios e dentes cintilavam no escuro.
- Algo melhor?
Penetrei-a quando ela levantou a cintura
- Matar com quem você ama – disse.
Pág. 228

O que me incomodou um pouco foi a forma da narrativa. Contada sobre o ponto de vista de Jake e às vezes sobre o do lobisomem-fêmea, mas o autor não indica quem está narrando. No início foi confuso, à medida que a leitura avança você se acostuma e rapidamente sabe quem está narrando.

O final é sublime, digna de um bom conto de apocalipse, onde a esperança é a força que os movimenta. Prepara-se para uma história de ritmo intenso, poderosa e erótica. 

Ganhei um kit super legal desse livro, com direito a dedinhos e camisinha para usar na lua cheia. Fotos aqui. E vocês também podem ler um trecho clicando aqui. Também foi criado um hotsite, que está muito bacana, o endereço é http://www.oultimolobisomem.com.br/.


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