Eu particularmente gosto muito de contos, ainda mais quando aprendo muito com eles. Foi o que aconteceu ao ler A Batalha dos Deuses, organizado por Juliano Sasseron (Novo Século, 176 páginas, R$ 29,90). A editora convidou alguns escritores para participar dessa antologia, autores de várias vertentes, mas que dominam o assunto. Ao ver a capa, você talvez imagine ser um livro que retrate lutas entre deuses, mas não, cada conto nos mostra algumas situações criadas pelos autores para nos contar um pouco sobre vários deuses, alguns esquecidos, outros ainda adorados em alguns países. Confira um resumo dos contos.

Este é o conto que introduz o livro, tem uma narrativa interessante. Conta a aventura marítima dos nórdicos, enfrentando batalhas mortais, ondas violentas e terras lendárias. Durante a saga, eles acolhem um vinking que aparentemente está ilhado, mas a identidade desse guerreiro que é ponto alto dessa história.

Um bardo lamenta perda da fé dos moradores da cidade, diante de um visitante que tenta de todos os modos "evangelizar" o povo. Por meio de milagres, aos poucos o viajante solitário vai destruindo a fé do povo que acredita em muitos deuses.

Uma batalha amazônica entre os deuses indígenas e o deus dos brancos, este último se aproxima da floresta para converter os indíos para a nova fé. Este conto faz jus ao título do livro, A Batalha dos Deuses.

Já neste conto, o protagonista, um rei que já conquistou muito prestígio a base de muita suor e sangue, faz uma reflexão de toda sua vida. Ter aceitado para seu povo todo o tipo de fé fez dele um bom rei? Ele fica pensando o que vai acontecer quando a sua hora chegar, ele teme por seu futuro.

Lucas é um estudande de História e vai para a Guatemala para participar de um trabalho relacionado aos Maias. Guiado pelo seu professor orientador, ele experimenta o Santo Daime e vai "viajar" por um mundo de descoberta e mistérios.  

Ela é má, gosta de causar o mal e semear a tristeza e descontentamento. Apesar de toda maldade que espalha, ele chora depois de toda a ação má que causa. Acompanhada de perto por Seth, o deus egípcio da violência e da desordem, que realiza todas as suas ações, ela vai aos poucos destruindo a vida das pessoas de quem ela não gosta. O final é muito bom e é um dos contos que mais gostei por conter muito diálogo.

Por meio de uma curta história moderna, esse conto nos mostra como o culto a Mitra influenciou e ainda influencia costumes até os dias de hoje, principalmente a falsa data do nascimento de Jesus Cristo (25 de Dezembro).

Por uma ótica da crença dos Sumérios nos Amunnaki, este conto fala brevemente da história da terra e sobre algumas história que nós bem conhecemos, mas de uma forma bem diferente.

A ciência e a fé podem andar de mãos dadas? Dois cientistas, um ateu e outro cristão, discutem essa possibilidade por meio de teorias físicas. 

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Quem quiser aprender um pouco sobre alguns deuses de uma forma diferente, eu recomendo esse livro. Alguns escritores escrevem de um forma filosófica, outros já criaram uma pequena história, até mesmo moderna, para descrever as características principais deles. É um bom livro para tomar como partida a pesquisa nesse assunto.

Laerte Lopes