[Resenha] A garota sem passado - Michael Kardos



A Garota sem passado (Arqueiro, 304 páginas, 2016) é um livro de ficção policial, do escritor Michael Kardos. A trama da vez nos conta a estória dramática de Meg Miller, uma jovem de 17 anos que teve a infância e adolescência roubadas pelo próprio pai. Meg, que precisou adotar o nome falso de Melanie Denison, vive em uma cidade afastada na Virgínia sob os cuidados dos tios Kendra e Wayne. Eles a mantem sob vigilância o tempo todo, Melanie nunca pode ir a festas, viajar ou até mesmo ter internet em casa, e isso tudo porque os três vivem com o medo de que o pai da garota a encontre.
Ramsey Miller está desaparecido desde que sua filha tinha 3 anos, ele é acusado de ter assassinado a família após uma festa que aconteceu em sua casa. O corpo de sua esposa Allison, foi encontrado no quintal da casa deles, e mesmo sem o corpo de Malanie, mas com o desaparecimento de Ramsey todos na cidade inclusive os policiais concluíram que ele matou a filha também.
Acontece que por sorte a pequena Meg sobreviveu.

Mesmo com toda vigilância, os adolescentes sempre conseguem fazer uma coisinha ou outra escondido, e nossa protagonista não é diferente, Melanie tem um namorado, e quando a moça descobre que está grávida toma uma decisão: encontrar seu pai antes que ele a encontre. Afinal, uma mãe não quer que seu filho nasça com a perspectiva de passar a vida na penumbra.
A primeira ideia dela é voltar para Silver Bay, sua cidade natal e cenário do infortúnio de sua vida, e procurar Arthur Goodale, um jornalista que mantem um blog e volta e meia escreve alguma matéria sobre o “caso Miller”. Arthur é aposentado e por causa da saúde frágil e avançada idade está internado em um hospital de Silver Bay. Mesmo após os 15 anos que passados desde a tragédia que chocou a sossegada cidade, Arthur não se conforma com o mistério que paira sobre esse crime. 

A falta do corpo da criança, o desaparecimento do assassino, os motivos que levariam Ramsey a cometer tal atrocidade. São muitas perguntas e nenhuma resposta. Os Miller pareciam ser uma família feliz, no fim das contas.
Sair em busca do passado não é uma missão simples, alguns enigmas serão desvendados, é verdade, no entanto outros personagens que aparentemente não existiam começam a aparecer e Melanie passará a ter mais dúvidas do que certezas.
“Eram as verdades que transformavam as pessoas em aberrações. Ele tinha plena convicção de que, a partir do momento em que uma pessoa tomava para si uma verdade qualquer, passava a chama-la de sua e tentava viver a partir dela, essa pessoa se tornava uma aberração, e a verdade, uma inverdade.”
O livro é relatado em terceira pessoa e os capítulos são intercalados entre passado e presente. 
O interessante é que a narrativa feita dessa forma nos proporciona a possibilidade de saber exatamente o que aconteceu na época, pois apesar do conto se passar em 2006, o crime foi cometido em 1991. Entretanto, isso não foi o suficiente para eu me interessar pelo exemplar.
O enredo verdadeiramente é intrigante, os personagens porém, são monótonos. Mesmo a protagonista com toda a sua coragem no auge da adolescência não conseguiu me entreter e me senti entediada durante quase toda a leitura.
A obra começou a deslanchar depois de mais de 250 páginas e a decifração do caso não foi razoável. 

Para quem acompanha minhas resenhas devem ter visto na anterior (Que falta você me faz) que eu não gosto de finais com quê de dubiedade, pois então, é exatamente isso que acontece em A Garota sem Passado.

O que eu posso dizer a favor desse livro? O final é deveras inimaginável.















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