Nicholas Sparks é bem previsível em seus romances. Amor. Separação. Tragédia. Esse romance não foge à regra. Um aviso: prepare-se para se emocionar.

Lembram de O.C.: Um estranho no paraíso? Marissa (rica e rebelde) e Ryan (pobre, de família problemática) se apaixonam e têm um tórrido romance. O mesmo acontece com os nossos protagonistas. A família de Amanda Collier não aceita e ameaça não pagar a faculdade se ela não terminar com ele. Mas, ela está determinada. Ela é capaz largar tudo para estar com ele. Já Dawson Cole não quer isso. Não quer prejudicá-la. Além do que, e se mais tarde ela se frustrar da vida simples que leva e culpá-lo por tudo? Não, ele abrirá mão pelo bem do futuro dela.

Vinte anos se passam. Seu melhor amigo e companheiro, enquanto viva na pequena cidade de Oriental, morre. Ele precisa voltar ao lugar que lhe trás muitas recordações. De Amanda. Da sua família complicada, formada pelos piores criminosos da região. Recordações da casa que ele chamava lar.

Então, enquanto Amanda olhava para ele depois de todos aqueles anos, Dawson finalmente compreendeu por que Tuck insistira em que ele voltasse a Oriental.

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Amanda também foi convocada para a leitura de testamento de Tuck Hostetler. Ela só não esperava reencontrar Dawson. Quando seus olhos se encontraram, ela soube que ainda o amava com a mesma intensidade. Mas agora ela é uma senhora casada, mãe de três filhos.

Amanda, você ainda é jovem... Sei que, nessa vida, é inevitável magoarmos pessoas inocentes por conta das decisões que tomamos. Pode me chamar de velho egoísta, mas nunca quis que você fosse uma delas.

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Valeria à pena arriscar o bem e a unidade familiar para reaver um romance com Dawson?

Antes mesmo de poder responder a essa questão, algo acorre. Como reza o ditado, Deus escreve certo por linhas tortas. Seu filho sofre um grave acidente e Dawson foi o grande salvador. O verdadeiro heroi de sua vida. Ele havia prometido que lhe daria o melhor de si. E ele realmente lhe deu, literalmente. (Essa é a parte mais emocionante da história!)

O Melhor de Mim, de Nicholas Sparks (Arqueiro, 272 páginas, R$ 24,90), é sensível. Ele tece sobre as escolhas e como isso afetará nossa vida. É preciso saber escolher o caminho certo, para não ter arrependimento. Aprender a partir dos erros. Não espere um best seller, você com certeza já deve ter lido algo parecido, ainda mais se tratando de Sparks, mas a história tem sua beleza.

Fiquei incomodada com os extensos pensamentos dos personagens, longas páginas sem diálogos fizeram com que a leitura não fluísse rapidamente. Gostei de Amanda, ela prosseguiu com a vida; já Dawson, só tendo muita paciência. Ficou esses anos todos pensando em Amanda, arrisco a dizer que virou celibatário.

Recentemente, Raquel Cozer entrevistou o Sparks para sua coluna Babel, publicada no Estadão. Uma das perguntas foi: Tantos livros publicados em países tão diversos e tantas obras adaptadas para o cinema. Qual o segredo? A Resposta: Não há exatamente um segredo. Tento escrever romances interessantes, originais e atraentes; e porque as adaptações tiveram sucesso, os estúdios de Hollywood continuam fazendo os filmes. É a combinação de trabalho duro, minha sina de trabalhar com pessoas talentosas e um pouco de sorte. (Grifo meu)

Ok, esse é apenas o segundo livro que li do autor, mas romances originais? O Melhor de Mim, por exemplo, lembra um pouco O.C. e algumas outras tragédias gregas (ou seria dramalhões mexicanos?). Não digo que o livro seja ruim, mas dizer que é original é um pouco forçado. Não posso negar que ele é um autor comercial e queridinho dos leitores (também gosto e fiquei feliz por ele não matar os protagonistas em Um Homem de Sorte). O Melhor de Mim está em primeiro lugar nos mais vendidos de ficção.